JOGO DO CORAÇÃO

A melhor atividade está contida no peito.
Bate forte como as muitas ondas, debatem as rochas.
Pula por cima dos desejos, corre devagar no amor.
Joga para valer com a vida.
Não perde nenhuma, só cansa quando é maltrado.
Agora, onde descobrirei uma nova emoção?
Todas as peças do esporte se esgotou.
As veias da infinita comoção, atraiu as poucas seguranças da paz.
E não vá dizer que é coisa do destino.
Tudo na vida é um jogo, onde se cruza as sortes.
Lançam-se os sonhos na pista das alternativas.
O coração faz um exercício bem comodista. (Jeremias Silva)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Homem Desconhecido

Devaneio. Um choro interminável. O bebê lamenta por ter nascimento. A mulher questiona a existência de um objeto tão fútil. Os olhos lacrimejantes do homem encara a cena de uma maneira abrupta e desconexa. O homem queria a proteção da mulher. O bebê queria a proteção do homem. A mulher se joga no mundo de confrontos sentimentais onde as palavras são a única contra o tédio, a crise existencial. O lamento é constante. O choro angustiante do bebê continua entrando na consciência assustadora da mãe. Ah! Mulher chora sozinha na amplitude do universo.

No quarto, ela se senta no sofá cama. No desespero da gravidez, ela e o esposo não se prepararam psicologicamente e socialmente. A aventura juvenil causa remorsos na alma. O mais impressionante são a sequências de fatos que se desencadeiam. Um filho. Um desespero. Um dilema. Uma aceitação. Uma guerra. Neste mundo, os propósitos da vida são inúteis. Agora permanece a cena anterior ao drama. A mulher ali sentada se pergunta por que isto foi acontecer com ela. Mas a resposta não se encontra. E a nunca solução é aceitar o fruto das suas entranhas.

Imbróglio. Encenação. O marido quer se matar. A mulher quer se desculpar. O bebê não deseja nada, pois ainda não decide por si.  A procura da felicidade anda por caminhos estrondosos e sem ternura. As lágrimas são setas que atingem o espírito desiludido. Tanta obscuridade. Tanta inquietação.

O homem surge na porta do quarto. Barbudo. Barrigudo. Dentes sujos. Roupas velhas. Aparência idônea. Em suas mãos, uma arma calibre 22. A camisa de seda cor-branca tem manchas de sangue. Sinal de uma luta anterior. A mulher imóvel espera o ato inexplicável. Neste momento, o homem lhe toma o bebê e sem relutância dar um tiro na cabeça da mulher.

Ato final. O homem desconhecido fica com o bebê. O pai do menino fica estendido no chão da sala e a mulher deitada no sofá-cama. O homem desconhecido segue a sua vida captura os bebês perdidos. Aliás, este bebê que ele carrega não perdido é encontrado.

( Escrito 16/02/2012 às 19h34min)


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