JOGO DO CORAÇÃO

A melhor atividade está contida no peito.
Bate forte como as muitas ondas, debatem as rochas.
Pula por cima dos desejos, corre devagar no amor.
Joga para valer com a vida.
Não perde nenhuma, só cansa quando é maltrado.
Agora, onde descobrirei uma nova emoção?
Todas as peças do esporte se esgotou.
As veias da infinita comoção, atraiu as poucas seguranças da paz.
E não vá dizer que é coisa do destino.
Tudo na vida é um jogo, onde se cruza as sortes.
Lançam-se os sonhos na pista das alternativas.
O coração faz um exercício bem comodista. (Jeremias Silva)

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Troca de Informações

O silêncio permanecia entre as amigas. Esther sempre a menina mais intelectual e com um vocabulário mais robusto; simplesmente calara-se. A sua companheira Rafaela a moça moderada e advinda de uma família simples e humilde. Apesar das diferenças são amigas. Amizade sustentada por base de troca de informações. Esther conseguia as falcatruas da mocidade do colégio. Mas Esther era das meninas observadoras e não queria que a notasse. Já a Rafaela mesmo sendo uma menina sem muitos poderes aquisitivos sempre se embolava numa briga na escola.
Quanto mais relutassem as palavras eram como fantasmas não se ouviam. Diante da situação, a pergunta que se faz é: o que levou ao silêncio? Às vezes, a melhor coisa a se fazer é calar-se. Ignorância. Estupidez. No caso das amigas, a ignorância explicaria a desonestidade da loucura aparente. Na noite anterior, Esther se relacionara com um rapaz. Este rapaz tinha o nome de Absalão. Assim como o personagem bíblico que morreu pendurado numa arvore este também tinha o mesmo fim. Morreu amarrado numa cama. O mais interessante foi à crueldade da morte. Em seu pescoço, um arame. Em suas pernas, vestígio de um creme meloso. Seus braços abertos como se fosse fazer ginástica. No caso, realmente ele fizera muita ginástica. Todas estas cenas, Esther contou para a amiga. Pela sua ingenuidade Rafaela ficou escandalizada. Como pode? O que aconteceu? Esther, a menina sábia e esperta, ter realizado um ato tão brutal. Rafaela não se conformava. Não poderia aceitar. Sendo assim Rafaela teve um inusitado pensamento isolar a amiga de resto da comunidade, ou melhor, do mundo. O caso precisaria ser encobertado. Esther não quis. Rafaela revoltou-se. E o silêncio se iniciou.
Duas horas e trinta minutos de silêncio. Inutilidade. Precisão. O tempo passava e há essas horas o corpo havia sido descoberto. Logo, logo a policia apareceria para interrogá-la. A vida é aventura, mas o sexo violento desventura. A morte renasce nos desejos íntimos usa-se tanta força no ato sexual que não se sabe; foi prazer ou desprezo do momento?
Rafaela prossegue com o seu plano. Esther indigna-se. Não quer aceitar a ação proposta. Absalão está na cama com rosto atordoado e com alma assustada. O sexo foi intenso e pesado. A própria alma pediu um tempo para a aventura dos corpos quentes e violentos.
Os policiais batem a porta. O silêncio é quebrado pela voz rouca e rompante do guarda. Dentro da casa, Esther mantém-se firme e não reage ao grito do policial. No entanto, Rafaela, sua fiel escudeira, faz o improvável. Toda a ação que é feita sob condições adversas levam ao fim inoperante. No caso das amigas, a ação é resultante. Uma voz calma e suave se ouve. A voz da amiga Esther dizendo a amiga Rafaela: “jamais vou te esquecer, sou amiga e o que faço é para o seu bem”. Um ato inoperante; não. Rafaela conheceu a ignorância da amiga. Ação e consequência. Uma fraca cravada no peito.
As ações extremas são as mais interessantes. Em silêncio, Esther desceu as escadas da casa e saiu pela porta dos fundos. A vida nem sempre é o que é. A amizade é fruto de uma realidade farsa e cheia de interesses. Esther fugiu e jamais foi encontrada.
Os policiais entraram na casa e vasculharam cada objeto. No entanto, encontraram o corpo de Rafaela sob a cama e um bilhete em seu bolso que dizia: “Absalão para sempre vou te amar e a noite foi inesquecível. Mas não posso viver mais a angustia deste mundo ordinário e cruel. Vou-me embora do mundo. Na eternidade, terei a sua companhia para sempre.” Caso encerrado. Um silêncio eterno. Assim são as amigas de interesses não assumem a culpa do fato e ainda matam a esperança e a fé do outrem.

(Escrito 18/02/2012 às 20h01m)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Homem Desconhecido

Devaneio. Um choro interminável. O bebê lamenta por ter nascimento. A mulher questiona a existência de um objeto tão fútil. Os olhos lacrimejantes do homem encara a cena de uma maneira abrupta e desconexa. O homem queria a proteção da mulher. O bebê queria a proteção do homem. A mulher se joga no mundo de confrontos sentimentais onde as palavras são a única contra o tédio, a crise existencial. O lamento é constante. O choro angustiante do bebê continua entrando na consciência assustadora da mãe. Ah! Mulher chora sozinha na amplitude do universo.

No quarto, ela se senta no sofá cama. No desespero da gravidez, ela e o esposo não se prepararam psicologicamente e socialmente. A aventura juvenil causa remorsos na alma. O mais impressionante são a sequências de fatos que se desencadeiam. Um filho. Um desespero. Um dilema. Uma aceitação. Uma guerra. Neste mundo, os propósitos da vida são inúteis. Agora permanece a cena anterior ao drama. A mulher ali sentada se pergunta por que isto foi acontecer com ela. Mas a resposta não se encontra. E a nunca solução é aceitar o fruto das suas entranhas.

Imbróglio. Encenação. O marido quer se matar. A mulher quer se desculpar. O bebê não deseja nada, pois ainda não decide por si.  A procura da felicidade anda por caminhos estrondosos e sem ternura. As lágrimas são setas que atingem o espírito desiludido. Tanta obscuridade. Tanta inquietação.

O homem surge na porta do quarto. Barbudo. Barrigudo. Dentes sujos. Roupas velhas. Aparência idônea. Em suas mãos, uma arma calibre 22. A camisa de seda cor-branca tem manchas de sangue. Sinal de uma luta anterior. A mulher imóvel espera o ato inexplicável. Neste momento, o homem lhe toma o bebê e sem relutância dar um tiro na cabeça da mulher.

Ato final. O homem desconhecido fica com o bebê. O pai do menino fica estendido no chão da sala e a mulher deitada no sofá-cama. O homem desconhecido segue a sua vida captura os bebês perdidos. Aliás, este bebê que ele carrega não perdido é encontrado.

( Escrito 16/02/2012 às 19h34min)


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Quem sabe?




O quê que é a vida?
São muitas as respostas, e poucas certas.
Todas seriam apenas significações.
                                                                         
A vida é aquilo que a gente faz.
Nada mais do que isso.
Talvez seja um sonho, quem sabe?

Quem sabe não seja uma sombra.
Quem sabe não seja um filme emocionante.
Quem sabe não seja uma aventura.

A vida é ela mesma não existem comparações.

É o espírito, alma e corpo unido num elo de inspiração.

Nunca se sabe na verdade, quem é a vida?...